*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A nova onda de contaminações por coronavírus, causada pelo espalhamento da variante ômicron no Brasil e no mundo, deve acabar entre a segunda semana de fevereiro e o início de março, conforme especialistas brasileiros. É provável que o país ainda não tenha alcançado o pico de contágios, apesar da escalada exponencial do número de casos de Covid-19, e que isso ocorra nos próximos 14 dias.
“Não dá para gente estimar muito, mas colocamos, no nosso radar, o fim dessa onda no final de fevereiro, a partir da segunda semana até o início de março. Os números ainda vão subir mais um pouco. Depois, vão se estabilizar e, por fim, começar a cair. Temos modelos que mostram alta e queda em seis semanas, como na África do Sul, ou como na Inglaterra, que segue em alta há oito, nove semanas”, detalha o infectologista Unaí Tupinambás, que compõe o Comitê de Enfrentamento à doença em Belo Horizonte (BH), em entrevista ao O Tempo.
De acordo com presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, o pico de contágio deve ocorrer em uma a duas semanas. “É uma estimativa difícil. Mas depois do pico, começa a cair. Talvez, no final de fevereiro o número de casos já será bem menor”, explicou.
A variante foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS) pela África do Sul, no dia 24 de novembro do ano passado, e tomou o mundo com rapidez.
Um relatório divulgado há uma semana pela OMS mostrou que a cepa já é responsável por quase 60% dos casos de Covid-19 sequenciados no último mês.
No exterior, as curvas de transmissão de países como Canadá e Reino Unido, que têm coberturas vacinais semelhantes às do Brasil, caíram depois de um mês da chegada da Ômicron.
“A variante se comportou muito parecida com os outros países: é um aumento muito intenso e muito rápido do número de casos, é uma onda bastante aguda. Isso sempre preocupa. A gente viu que fica próximo a 30 dias a duração dessa curva”, explicou o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, que é médico sanitarista em entrevista à CNN.
O infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), José Cerbino Neto, concorda que é cedo para afirmar:
“O que temos hoje são dados das ondas na África do Sul e de países do hemisfério norte, que estão algumas semanas na nossa frente. Os dados deles sugerem uma duração de cinco a seis semanas, mas temos tido uma variação geográfica muito grande entre as ondas. O Brasil tem infecções prévias, cobertura vacinal e sazonalidade muito diferente desses locais, o que pode influenciar a duração aqui”, explicou.
De acordo com Cerbino, como ainda estamos em ascensão não é possível prever com os nossos dados se o comportamento será o mesmo que o observado no exterior.
“Eu diria que esperamos ver uma mudança de tendência ao longo das próximas duas semanas, e quando isso ocorrer será possível estimar a duração da onda”, concluiu o infectologista.
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