Mesmo após os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) declararem trégua antes das prévias que decidirão o candidato do PSDB à presidência da República, tucanos apoiadores dos dois entraram em conflito um dia antes da decisão final.
Os grupos voltaram a se digladiar nas redes e em grupos depois que o senador José Aníbal (PSDB-SP), que foi coordenador da Comissão de Prévias, declarou apoio a Eduardo Leite, junto do ex-deputado Marcus Pestana, de Minas Gerais. Os dois foram os responsáveis por organizar a disputa e a oficialização dos votos. O fato revoltou a equipe de João Doria.
O coordenador da campanha de Doria no partido, Wilson Pedroso, emitiu nota afirmando que “as raposas estavam dentro do galinheiro”.
“O presidente e o coordenador da Comissão de Prévias, que elaboram as regras (alteradas sempre com o jogo em andamento) e julgaram recursos, ainda documentam a vergonha imposta ao PSDB. É como se o presidente do TSE [Tribunal Superior Eleitoral], um dia antes da eleição, declarasse voto a um dos candidatos. É debochar na cara dos filiados do PSDB”, afirmou Pedroso.
Em resposta a Pedroso, Marcus Pestana afirmou que outros membros da comissão (o secretário Marco Vinholi, o senador Izalci Lucas (DF) e a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro) já haviam declarado apoio a João Doria publicamente e que ele e o senador Aníbal mantiveram a discrição durante os trabalhos da comissão.
“Não sou galinha nem raposa. Sou fundador do PSDB e quero o melhor para o partido e para o país. Quem fala sobre minha integridade e ética é minha trajetória de 36 anos de vida pública”, declarou Pestana.
Nos grupos de Whatsapp dos apoiadores, o clima de guerra se alastrou rapidamente, com ambos os lados trocando acusações. Partidários de João Doria zombam do apoio de Aécio Neves (PSDB-MG) a Leite, enquanto apoiadores do governador gaúcho relembram a antiga relação entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
*Com informações de UOL