Como todos os setores do mercado, a TV Globo sentiu os efeitos da crise econômica agravada pela pandemia do coronavírus. Para amenizar a situação, a emissora confirmou que passará por cortes e demissões.
A informação foi divulgada pelo jornalista Daniel Castro, do Notícias da TV, que contou que haverá cortes de custos, incluindo demissões, mas, que de acordo com o CFO da emissora, Manuel Belmar da Costa, não será em massa, mas apenas um processo contínuo de transformação.
“O pós-Covid-19 traz a necessidade de aceleração das mudanças. A economia parou, o mundo parou, não só a Globo. Optamos por não fazer nada em abril e maio, no início da pandemia. Haverá corte de pessoas, haverá corte de estrutura, e a gente vai ter desligamentos em junho, sim”, disse o diretor financeiro, que falou em cortes de 10% a 20% em alguns setores.
“Não existe um número, estamos vivendo um nível de incerteza sem precedentes. Existe uma diretriz: precisamos revisar todos os modelos que nos trouxeram até aqui para tornar a empresa mais leve, mais eficiente”, acrescentou o profissional.
O colunista apurou, ainda, que na área artística, por exemplo, contratos de longo prazo estão sendo substituídos por vínculos que duram somente o tempo em que o profissional efetivamente trabalha.
Direitos de transmissão de competições esportivas e de eventos como o Carnaval também estão sendo revistos para “gerar equilíbrio de ecossistemas”.
Para Belmar, a queda no PIB será de mais de 5% e nesse “cenário muito difícil”, “as empresas que tomarem decisões difíceis vão sair mais fortes”. “Esse não é um projeto para reduzir gente. É para assegurar mais 50 anos de nossa história”, explicou o CFO.
Para o diretor de comunicação da Globo, Sérgio Valente, a emissora “está vivendo uma reinvenção da empresa e do negócio”. “A gente não vai ser a Kodak das câmeras, a Pan Am da aviação. A gente quer ser a Globo do futuro, não a do passado”, afirmou o executivo, que aposta em uma empresa de mídia estruturada na tecnologia.